terça-feira, 30 de julho de 2013


Como surgiu a função de 
diretor escolar?
Cargo nasceu para organizar o trabalho nos grupos escolares

No primeiro dia de aula de 1894, os alunos da recém-inaugurada escola-modelo Caetano de Campos, no centro de São Paulo, estranharam o ambiente. Até então, eles haviam frequentado classes improvisadas na casa de um professor ou em prédios públicos mal conservados. A gigantesca estrutura arquitetônica do novo edifício - com 60 salas de aula, laboratórios, pátio, biblioteca e museu - era o símbolo da renovação educacional prometida com a Proclamação da República, em 1889. E o início de uma nova organização: a dos grupos escolares, criada por reformadores como Antônio Caetano de Campos (1844-1891), retratado na ilustração.
Esse modelo, forjado pela proposta iluminista republicana de racionalizar custos, exercer controle e oferecer acesso à Educação para todos, reunia de quatro a dez grupos de alunos, que até então estudavam isolados. As crianças passaram a ser organizadas por classes seriadas de acordo com o nível de conhecimento, com um docente para cada 40 pupilos. Funcionários com formação diversa passaram a cuidar da aplicação do currículo e do gerenciamento da escola. A fiscalização dessa instituição não poderia mais ser realizada a distância pelos inspetores. Era preciso ter alguém dentro da escola e, assim, surgiu o cargo de diretor. Cabia a ele fazer a interlocução junto ao governo e determinar as diretrizes administrativas e pedagógicas dos grupos. A influência dele passou a ser tão grande que quem exercia o posto era frequentemente convidado para assinar artigos em revistas e jornais, fazer conferências e se tornar conselheiro de secretários de estado. João Lourenço Rodrigues (1869-1954), inspetor geral de ensino de São Paulo, assinalou em relatório de 1908: "A escolha do diretor é uma questão de vida ou morte. Pode-se dizer, em geral, que tanto vale o diretor, tanto vale o grupo".
Essa concepção de organização escolar espalhou-se durante as três primeiras décadas do século 20 para estados do Sul ao Nordeste. Porém o ideal republicano de Educação para todos, tendo os grupos escolares como embrião, não se concretizou. A falha foi pedagógica e também material. A homogeneização das classes otimizou recursos e esforços, mas a escola republicana gerou altos padrões de seleção e exigência - que acabaram por excluir as crianças de classes menos favorecidas. Concebida para ser do povo, tornou-se das elites. Faltaram professores qualificados, estrutura para atingir o interior e atender toda a demanda gerada com o crescimento demográfico e recursos para a construção de novos estabelecimentos nos padrões de excelência da Caetano de Campos. Em 1920, o estado de São Paulo tinha 67,9% das crianças em idade escolar fora das salas e 74,2% da população era analfabeta.
A despeito do fracasso desse modelo, ele durou até meados de 1970 e a estrutura dos primeiros anos do Ensino Fundamental, hoje, é praticamente a mesma dos grupos escolares da Primeira República (1889-1930). Problemas como infraestrutura e formação de professores continuam em pauta. De positivo, permanecem apenas a importância do diretor - agora reconhecido como gestor - e seu papel decisivo na realização do sonho republicano de uma escola pública de qualidade para todos.
Gustavo Heidrich (novaescola@atleitor.com.br)

Quer saber mais?
O Legado Educacional do Século XIX, Dermeval Saviani e outros, 235 págs., Ed. Autores Associados.
História das Ideias Pedagógicas no Brasil, Dermeval Saviani, 492 págs., Ed. Autores Associados.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/surge-diretor-escolar-482307.shtml>. Acesso em: 28/07/2013.



Aulas Avulsas

Também conhecida como aulas régias, foram criadas em Portugal e em suas colônias pelo alvará de 28 de junho de 1759, as aulas régias eram autônomas e isoladas, com professor único.

Alunos Normalistas

As normalistas eram as mulheres que cursavam o Curso Normal também conhecido como Magistério de 1º grau ou Pedagógico sendo um tipo de habilitação para o magistério nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental I. Por opção, o professor poderia complementar por mais um ano, o chamado quarto normal, em uma área específica, o que habilitaria a atuar até os aos finais do ensino fundamental.
As alunas normalistas eram moças bem educadas, sofisticadas e delicadas que em contato com as classes estudantis, nem sempre tinham as alternativas e as propostas condizentes com as demandas das comunidades. Elas cursavam a escola normal, aquela que as formava para serem professoras nas escolas normais de todo o país voltado ao ensino infantil.
As normalistas descendentes de família da classe média ingressavam na profissão professor, pois viam o salário como um complemento para a renda mensal da família ou em alguns casos para garantir um casamento bem sucedido com alguém, pois a profissão de professora, naquela época, era a única aceita para mulheres.

Curiosidade
Aquela visão de meninas (normalistas) saiam das escolas vestidas de azul e branco e com sorriso encantador virou tema de um romance clássico da literatura brasileira, A Normalista de Adolfo Caminha.


Curiosidades


 O Pedagogo na Educação Paranaense a Partir da Década de 1990”

Na década de 90, no Estado do Paraná, o Orientador Educacional, teve a sua função assegurada no interior da escola, na ausência deste profissional, ele não poderia ser substituído.
No cargo de Supervisão Escolar e Coordenação poderiam ser preenchidos por professores de diferentes áreas, desde que fosse de confiança para o diretor. O diretor é um professor eleito pela comunidade escolar pelo voto direto.
Um ponto crucial neste momento, é que a demanda só poderia ser preenchida por profissionais efetivos, chamado Quadro Próprio do Magistério (QPM), sendo então desvinculados de suas áreas de competência, com substituição em suas aulas por meio de contratos temporários.
Nos anos 2000, unificou-se as funções dos especialistas, passando de Supervisão Escolar e Orientação Educacional para Equipe Pedagógica, cargo a ser ocupado pelo então denominado “Professor Pedagogo”, não diferenciando uma ou outra função. Sendo, a formação em Pedagogia a exigência básica para ocupar o cargo, podendo ser profissional efetivo por meio de concurso público, e na falta deste, através de contratos temporários.
Paralelo a essa mudança, é revogada a Resolução 5.851/94 em favor da Resolução 3.651/2000, que define o porte das escolas paranaenses. De acordo com a nova distribuição funcional, escolas que contavam com a presença do Supervisor Escolar e o Orientador Educacional, passaram a contar apenas com um profissional desempenhando dupla função.
Com o Edital n.º 37/2004 da Secretaria de Estado da Educação, descreve as atividades genéricas do professor pedagogo nos estabelecimentos de ensino da rede estadual. Neste edital explicita-se as atribuições do professor pedagogo iniciando com a coordenação para a elaboração coletiva do Projeto Político-Pedagógico e do plano de ação da escola.
São enumeradas atribuições relacionadas ao parágrafo anterior, deixando claro que o papel do pedagogo é coordenar, promover, organizar, participar, avaliar e intervir no processo de formação cultural e social que acontece no interior da escola, propiciando o encaminhamento das ações a partir de estudos e reflexões coletivas e também se responsabilizando “pelo trabalho pedagógico didático desenvolvido na escola pelo coletivo dos profissionais que nela atuam” (PARANÁ, 2004).
Afirmando o documento anterior, o Edital n.º 10/2007 – GS/SEED, que normatiza a “realização do Concurso Público para o provimento de vagas no Cargo de Professor Pedagogo”, apresenta em seu item 2.5 a “descrição das atividades do cargo”, destacando a coordenação do trabalho coletivo na escola, de forma a propiciar a participação, promoção e intervenção na organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar.
As atribuições do pedagogo, apresentadas nos editais acima mencionados, são confirmadas no Regimento Escolar e no Projeto Político-Pedagógico da escola.
Cabe ao pedagogo em conjunto com os demais setores da escola, direcionar em seu plano de trabalho as ações específicas de sua função no cotidiano escolar, a partir da diretriz geral apresentada nos documentos oficiais.


REFERÊNCIAS

VILA, Meire de Fátima; SANTOS, Silvia Alves dos. O PAPEL DO PEDAGOGO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ESCOLA. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao. pr.gov.br/portals/pde/ arquivos/641-4.pdf>. Acesso em: 28/07/2013.



10 Atribuições do Diretor Escolar


  • Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
  • Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;
  • Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;
  • Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
  • Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;
  • Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do Conselho Escolar e fixando-os em edital público;
  • Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-administrativa no âmbito escolar;
  • Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo aos discentes;
  • Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, pais e com a comunidade escolar;
  • Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

10 Atribuições do Coordenador Pedagógico


  • Coordenar reuniões pedagógicas com pais, professores e profissionais;
  • Organizar a hora atividade do professor para estudo, planejamento, aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem;
  • Implementar a proposta curricular da escola de acordo com as políticas educacionais;
  • Acompanhar do trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores;
  • Planejar em conjunto com o coletivo da escola a intervenção aos problemas levantados em conselho de classe;
  • Acompanhar a frequência dos alunos às aulas evitando assim o seu abandono;
  • Pesquisar e fornecer subsídios teórico-metodológicos para o estudo e atender necessidades do trabalho pedagógico;
  • Acompanhar e assessorar o professor na seleção de procedimentos de avaliação do rendimento da aprendizagem adequando-os aos objetivos educacionais previstos no P.P.P.;
  • Zelar pelo cumprimento dos preceitos constitucionais, da legislação educacional vigente e do Estatuto da criança e do adolescente, como fundamentos da prática educativa;
  • Coordenar a escolha e aquisição de materiais e equipamentos de uso didático–pedagógicos.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pirâmide do Capitalismo




Consequências do capitalismo

          O presente documentário vem mostrando que estamos fascinados pelo “consumismo”. A mídia demonstra que quanto mais consumismo, mais temos que consumir, pois não queremos ficar ultrapassado, sem ter novas tecnologias.
         Esse consumo desmesurado está escasseando os recursos naturais do nosso planeta e degradando o meio ambiente, de todo este consumo 1% é aproveitado, o restante vai tudo para o lixo.

         Portanto devemos refletir que somos responsáveis por alimentar esse ciclo vicioso de consumismo e da degradação ambiental.








domingo, 28 de julho de 2013

Globalização e a exclusão social

Entenda um pouco mais sobre o que é Globalização e Exclusão Social. E o que pode ser feito para mudar essa história.

O que é Globalização

Globalização  que é o constante movimento do mundo capitalista que gira em torno do lucro, do dinheiro e da tecnologia, é a responsável por termos tantas exclusões sociais, já que o mundo visa mais o dinheiro do que o próprio ser humano.
A marginalização, fome, miséria, tudo isso é um quadro do nosso mundo atual, no qual vemos diversos tipos de exclusão social  que acontecem deliberadamente pelo mundo todo, e a grande responsável por isso é a chamada Globalização.

Exclusão social

Uma pessoa é considerada excluída da sociedade quando não se é permitida a sua participação na vida econômica, social e civil ou também quando não lhe é permitido se ter acesso a outros recursos de modo que sua vida não atinja o nível aceitável pela sociedade em que este se encontra.

Como é considerada a exclusão

A exclusão pode, por tanto ser considerada como falta de meios econômico,social, cultural,etc, bem como pode ser limitada pelo acesso a alguns lugares, consequência disso pode ser o isolamento social.
Também temos os problemas de educação, saúde, nacionalidade, violência, desigualdade social, toxicodependência que também podem contribuir para a exclusão social.
O próprio nome já diz excluir, tirar do meio o que não é considerado “bom” para a sociedade.

Como acabar com a Globalização e Exclusão Social

A grande dificuldade gerada pela exclusão, esta em torno dos avanços da globalização. Assim, medidas de ressocialização como as reurbanizações, projetos sociais entre outros pode ser a saída. 
Criar alternativas para que todos os cidadãos, além do direito possam realmente ter acesso ao trabalho, educação e lazer.


Ao invés de tirar "do meio", inclua-os ainda mais, pois a sociedade é um todo e um todo é englobado, às pessoas que vivem nesse meio, independente da condição. Por isso fica muito mais “bonito” de se praticar a inclusão do que a exclusão.




REFERÊNCIAS UTILIZADAS NA DISCIPLINA


A Administração Escolar e a Legislação. Disponível em: <http://www. youtube.com/watch?v=>. Acesso em: 19/07/2013.


Fazendo Escola. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=IcTVOtoC H-4>. Acesso em: 20/07/2013.

KUENZER, A. Z. A teoria da administração educacional: ciência e ideologia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v.48, p. 39-46, fev.84.


LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004.


MARIOTTO, R. B.; SCHNEIDER, M.; GUTERRES, C. R.J. A formação do trabalhador de novo tipo no contexto neoliberal. Disponível em: < http://www.unifra.br/eventos/jornadaeducacao2006/2006/pdf/artigos/filosofia/A %20FORMA%C3%83+O%20DO%20TRABALHADOR%20DE%20NOVO%20TIPO%20NO%20CONTEXTO%20NEOLIBE%C3%A0.pdf>. Acesso em: 22/07/2013.


MORAN, J. M.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12ª ed.Campinas: Papirus, 2006.


PARO, Vitor Henrique. Administração escolar introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1987, 175p. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index.php/ emaberto/article/viewFile/ 640/569>. Acesso em: 21/07/2013.


RIBEIRO, D. S.; MACHADO, L.K. Teorias de Administração Escolar em Querino Ribeiro e Lourenço Filho: raízes e processos de constituição de modelos teóricos. RBPAE, Porto Alegre, v.23, n.1, p. 13-28, jan./abr. 2007.


SZTOMPKA, PIOTR. A Sociologia da mudança social. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.


VITOR Henrique. Crítica da Estrutura da Escola. São Paulo: Cortez, 2011.

ESCOLA PARA NOVOS TEMPOS


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Alguns princípios da organização e gestão escolar participativa 

1-Autonomia das escolas e da comunidade educativa -autonomia é fundamento da concepção democrática-participativa da gestão escolar; -ter poder de decisão; -a autoridade pode atribuir autonomia às escolas; -implica uma co-responsabilidade consciente dos membros da equipe escolar.
 2-Relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe escolar -exercício responsável e compartilhado da direção; -supervisão e responsabilidade do diretor; -a gestão democrática não pode ficar restrita ao discurso da participação.
 3-Envolvimento da comunidade no processo escolar -vínculos com a comunidade escolar; -usufruem de práticas participativas; -participação das comunidades escolares em processos decisórios.
 4-Planejamento das tarefas -estratégias de ação; -ordenação dos recursos disponíveis; -plano de ação da escola ou de projeto pedagógico curricular.
 5-Formação continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes da comunidade escolar -democrático-participativa de gestão; -qualificação profissional; -competência técnica; -aperfeiçoamento profissional; Docentes bem sucedidos.
 6-Utilização de informações concretas e análise de cada problema em seus múltiplos aspectos, com ampla democratização das informações -gestão baseada na coleta; -análise global dos problemas; -cumprimento dos programas; -trabalho em equipe.
 7-Avaliação compartilhada -decisões precisam ser acompanhadas e avaliadas; -o controle implica uma avaliação mútua entre direção, professores e comunidade.
 8-Relações humanas produtivas e criativas assentadas na busca de objetivos comuns -sistema de relações interpessoais; -qualidade do trabalho de cada educador; -valorização da experiência individual do clima amistoso de trabalho; -investir em mudanças; -combinar exigência e respeito.

quinta-feira, 25 de julho de 2013


Concepções de Organização e Gestão Escolar para Libâneo e a Crítica de Paro

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Para Libâneo (2004), as concepções dividem-se em: autogestionária, interpretativa, democrático-participativa e técnico-científico.

 

-Concepção Autogestionária: é a concepção baseada na gestão e na tomada de decisões coletivas que envolve todos os membros da instituição e recusa as normas do sistema de controle fechado, dialogada, relação horizontalizada.

-Concepção Interpretativa: é uma concepção baseada em uma gestão organizadora de funções e práticas de valores compartilhados.

-Concepção democrático-participativa: o gestor não trabalha sozinho e nem toma as decisões por si próprio, ele tem a participação de todos os membros da equipe.

- Concepção técnico-científica: valoriza a autoridade na qual o diretor é o porta voz, relação verticalizada.

 

            Já o autor Paro (1987) tece críticas educacionais de forma que rompe com os preceitos até então mantidos como verdadeiros e imutáveis. Sendo assim, a primeira crítica é em torno dos profissionais da escola, os quais tem medo, receio em mudar/ romper com as práticas tradicionais, preferindo manter as teorias e as práticas conservadoras com as quais foram ‘educados/escolarizados’.

Outro ponto importante que Paro (2011) crtica é a ideia de teóricos brasileiros estarem apresentando a administração escolar como em uma empresa capitalista/ neoliberal, onde ‘deve-se’ aplicar o mesmo princípio e ideologia dessas na escola pública.

Paro (2011) mostra ainda que, a escola particular se identifica melhor com o modelo de empresa capitalista, pois os pais ‘contratam o serviço’, os professores realizam o seu trabalho – sem direito a participação nas decisões para a melhoria da qualidade de ensino da instituição, e o dono (patrão) recebe o capital – o lucro.

Paro (1987) também discorda da maneira de se comparar o diretor escolar com o gerente de uma empresa, pois o gerente é aquele que fiscaliza, coordena o trabalho dos empregados, e o diretor envolve-se em atividades pedagógicas e/ou burocráticas.

Conclui-se que, a ideia de Paro assemelha-se mais com a realidade educacional. No entanto, Libâneo contribui com as concepções norteadoras para um trabalho democrático e organizado na escola.

 

REFERÊNCIAS

 

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004.

 

PARO, Vitor Henrique. Administração escolar introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1987, 175p. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index.php/ emaberto/article/viewFile/ 640/569>. Acesso em: 21/07/2013.

 

_____, Vitor Henrique. Crítica da Estrutura da Escola. São Paulo: Cortez, 2011.


Educação não é mercadoria: processos de gestão democrática


No contexto atual educacional, os alunos não devem ser comparados a clientes e a escola não pode ser considerada uma empresa, pois a educação não deve ser pensada como uma mercadoria, pois não existe um produto a ser comprado, ou seja, a escola pública não objetiva o lucro e sim a formação integral dos sujeitos.

Assim, a escola pública formadora de sujeitos permeia um campo amplo de formação para o mundo do trabalho e para as relações sociais, onde através dos atos reflexivos do pensar e do agir os sujeitos concebam a sua condição autônoma, crítica, criativa para optar, decidir e assim alcançar a cidadania.

Com isso, a educação brasileira que já prevista como direito de todos perante a Constituição Federal e LDB 9394/96, conduz esses sujeitos para uma formação humanista onde o acesso e a inclusão tornam-se projeções cada vez mais próximas da realidade escolar.

Sendo assim, a escola, os meios de comunicação e da informação, os diversos ambientes externos à escola, a pluralidade de ideias, a interculturalidade, proporcionam ricas experiências na formação de vida do aluno na quebra e rompimento de pré-conceitos, no respeito com o próximo e consigo mesmo, na inclusão de valores éticos e morais, na assimilação e busca pelo conhecimento científico e na ruptura do senso comum.

Dessa forma, alia-se aos quatro pilares do saber – ser, conhecer, fazer, viver; o mais importante e coerente saber que é o ‘aprender a aprender’, já que a sociedade encontra-se em constante evolução, ora progride e avança, ora regride e desafia o novo, tem-se com isso o convívio visando a adequação, a flexibilização, a mudança, a criação e retoma-se o velho conceito de que nada está pronto e nem acabado, nem mesmo o conhecimento.


Por:

Ana Paula Grzebieluka, estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Faculdade Secal.

Ana Paula N. Lopes, Licenciada em Pedagogia UEPG, Especialista em: Educação Especial e Inclusão Educacional, Gestão Pública e PROEJA, Pedagoga do SAREH/SEED-PR e Professora da disciplina de Organização e Gestão Educacional I- período especial Secal.

ORGANOGRAMA EDUCACIONAL


OBJETIVOS DO USO DAS TECNOLOGIAS MIDIÁTICAS


- Perceber a importância dos meios tecnológicos no contexto de vida dos sujeitos;

- Conceber o professor como propagador das mídias;

- Difundir o ensino, as informações de forma atraente e inovadora;

- Vivenciar os efeitos da globalização na área educacional;

- Compreender a importância das mídias e das TIC's  na sociedade da informação;

- Problematizar a prática tradicional x modernidade;

- Analisar a inclusão x a exclusão social a partir das diversas tecnologias, principalmente a internet.



SITUAÇÃO PROBLEMA                                                     

“O trabalho do educador brasileiro Paulo Freire posiciona-o na ala dianteira daquela “classe em extinção” de revolucionários educacionais que marcham atrás da bandeira da libertação para lutar por justiça social e transformação do ensino. A pedagogia de Freire, que começou como um meio de conferir poder a oprimidos camponeses brasileiros atingiu um status legendário através dos anos. Poucos educadores caminham tão sabiamente e com tanta determinação entre as fronteiras da linguagem e da cultura”. (McLAREN, 1997, p. 327).

A partir da citação explique a situação- problema (imaginária) que se coloca abaixo:
-Em uma Escola de Ensino Fundamental os alunos estão levando celular. O problema é que simulam brigas no recreio e filmam. Isso está causando grandes problemas da Escola com a comunidade.


1) Você enquanto Diretora, qual sua ação?

Marcaria uma reunião de pais para informar a situação e para conversar sobre a importância da família na vida escolar do aluno, também estaria indagando com os pais qual seria a solução para aquele problema.


2) Você enquanto Pedagoga, qual sua ação?

Daria suporte para os professores e auxiliaria o diretor na reunião com os pais planejando juntamente com ele.


3) Você enquanto Professora, qual sua ação?

Discutiria sobre o uso do celular em sala de aula, criaria uma coletividade de regras sobre o uso do celular em sala de aula juntamente com os alunos. Falaria também sobre a necessidade das normas e procedimentos de legitimação que devem propiciar ao sujeito o respeito por si próprio e pelo outro.



Análise do artigo "A Teoria da Administração Educacional: Ciência e Ideologia", de Acacia Zeneida Kuenzer Zung




RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma reflexão a respeito da teoria da administração escolar que teve origem a partir da história geral da administração empresarial, no decorrer do desenvolvimento será apresentado a ideia da autora Acacia Zeneida Kuenzer Zung que comenta em seu artigo “A teoria da administração Educacional: Ciência e ideologia”, a importância da origem da gerência e do capitalismo como modo de controlar as pessoas, é de suma importância a teoria de Frederick Taylor e Henri Fayol para a administração, os dois contribuíram para o bom funcionamento da organização do trabalho, através dos dois que começou os estudos para a gestão escolar. Atualmente a gestão deve ser democrática valorizando a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisões, a escola deve funcionar pautada num projeto coletivo, com a gestão democrática, parte-se do princípio de que o diretor não está sozinho, nem para decidir e nem para agir.

Palavras chave: Administração Escolar, Organização, Capitalismo.



ANÁLISE DO TEXTO

A autora Acacia Zeneida Kuenzer Zung vem explanando um assunto indispensável que é a teoria da administração educacional, a partir de origens históricas, trazendo as ideias dos autores Taylor e Fayol que foram os primeiros organizadores da administração educacional através da teoria geral de administração.
Historicamente segundo Zung, o homem sempre foi subordinado às classes dominantes, através de processos cruéis e desiguais.
Algumas pessoas ditam as regras e outras por se encontrarem em condições mais frágeis obedecem. São sujeitas a trabalharem muito e receberem pouco por esse serviço que muitas vezes é árduo e cansativo.
Para Zung (1984, p.39):

O controle, historicamente, sempre existiu; contudo, nas formações pré- capitalistas ele se dava de uma forma particular, diferente de sua conceituação no modo de produção capitalista, tendo em vista as condições escravistas ou outras formas de trabalho cativo, a tecnologia estacionária e a ausência da necessidade de extensão ampliada do capital.

O capitalismo é um modo de controlar as pessoas, vale mais quem produz mais, a escola não produz um produto concreto, o âmbito escolar é voltado de sentimentos, ações, reflexões e principalmente a matéria prima é chamada de vida.
Para romper com este contexto que procura apenas mostrar lucros, é necessária uma mudança imediata, no qual o valor do trabalho seja visível e contemplado por todas as classes sociais.
No sentido de que haja a dissolução deste contexto a escola necessita de efetiva participação neste processo, à práxis educativa é um recurso para que permeie está mudança.
De acordo, com ZUNG (1984) a administração escolar teve surgimento através da obra de Taylor, o primeiro que sistematizou os princípios da organização do trabalho.
Segundo Zung (1984, p.43):

O taylorismo coloca a origem da administração cientifica na necessidade de eficácia como meio para atingir os objetivos idênticos de patrões e operário, a partir do que se propõe um conjunto de normas corretas, e para realizar cada tarefa, sem evidenciar que este farto só se compreende no âmbito de produção artesanal para o industrial.
No entanto, Taylor acreditava que a escola funciona que nem uma empresa, a qual tem o presidente, gerentes e os operários. O gerente é a autoridade e somente nasceu para administrarem e os operários para executarem, estando na responsabilidade de produzirem para o crescimento da empresa na garantia de lucros.
Porém, a ideia de Taylor é fidedigno, pois na escola tem uma organização, na qual tem o diretor, o orientador pedagógico e os professores, mas atualmente as organizações são dinâmicas, flexíveis e a gestão é participada, o gestor não é o superior da escola a qual somente ele toma decisões, mas sim todos estão envolvidos para o bom funcionamento da escola.
Dessa maneira, Fayol utilizou de modelos parecidos com a de Taylor, ele desenvolveu sua teoria num aspecto global se preocupando com uma escala de organização.

Fayol sistematizou as ideias de divisão do trabalho, estabelecendo as funções de planejamento, supervisão funcional e execução; as ideias de hierarquia, realização do trabalho por tarefa, identidade de objetivos entre capitalista e operário, (o lucro) motivações econômicas subjacentes ao trabalho e o conceito de homem racional. (ZUNG, 1984, p. 40).


Portanto, a ideia de Fayol em estabelecer funções de planejamento é importante para a gestão, a equipe gestora deve ter visualização do futuro e traçar o respectivo programa da ação, pois compreende a ideia de que sem um mínimo de conhecimento das condições de existentes numa determinada situação e sem esforços de previsão das alterações possíveis dessa situação, nenhuma ação de mudança será eficaz e eficiente.
Contudo, a concepção de Fayol é adequada, pois o sistema de organização e de gestão da escola deve ter um planejamento, organização dos recursos humanos, financeiros, tempo e do espaço, também necessita abranger a parceria da coordenação para poder ligar toda a estrutura e harmonizar o esforço humano coletivo da escola. O controle de supervisionar a conformidade das ordens dadas e verificar o desenvolvimento da ação comprova os resultados do trabalho, evidenciando os erros, as dificuldades e os fracassos relativos ao que foi planejado. Sendo assim, conclui-se que as diferentes teorias da administração escolar tiveram influência a partir de padrões de estudos na administração de uma empresa na qual foram sendo reproduzidas e melhoradas para a educação brasileira.
Hoje a administração escolar deve ter uma organização e a direção tem um papel fundamental enquanto fator institucional. Na escola o diretor corresponde ao arquétipo do poder, que tradicionalmente esta vinculada a práticas autoritárias, que variam de um aspecto que vai do capricho ou implicância a atitudes de violação de direitos humanos fundamentais.
Neste sentindo, a autonomia da escola bem como o avanço do processo de gestão democrática das escolas está vinculada a postura de como a administração assume. Portanto pode-se afirmar que a grande tarefa da direção, numa perspectiva democrática é fazer a escola funcionar pautada num projeto coletivo.



REFERÊNCIA

ZUNG, A. Z. K. A teoria da administração educacional: ciência e ideologia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 48, p. 39-46, fev. 1984.